terça-feira, 8 de julho de 2014

Tuas vindas


Quando 
com a calma
de flores adultas 
mortas,
aninhas cá 
no meu peito
e te descansas,
suporto.
Mas se danças,
criança,
em meu coração cansado
e dás cambalhotas, sofro.

sábado, 5 de julho de 2014

O lado de dentro acordado




          Minha insônia me dá muito de mim. Diz-me como tenho me permitido ser habitada. Fala do meu corpo e de onde ele me chama através da dor. Sem dormir, percebo como são estreitas minhas costas  magras para os perigos da cama no mundo. Posso sentir com a insônia minha debilidade pulmonar reclamando sustos contidos. Conta-me minha insônia com que pés tenho andado, e com quais deles devo seguir caminhando. A cidade em mim não fecha suas asas. O estado não se aninha aqui dentro. Não cala o bico o país que povoa meu quarto. Meu universo não fecha olhos. E a menina dos meus olhos não aceita esta mesma cantilena, quer outra canção de ninar.