Flores azuis
no baixo
dos olhos,
noites claras
bem pensadas
de muito
ou inconsequentes
demais,
sei lá eu.
Sei que amo.
'Dark circles
under eyes',
muitices
que a noite faz.
Amo esses
exageros roxos
enxotadores
de pouquices.
Ainda ontem
ouviu
os risinhos
de um amanhã
que fizeram juntos.
Mais uma vez
existiu em tudo,
no quente
da fogueira
que lhe incendiara
e no frio abissal
que ventara embora
os olhos dela.
Em altos e baixos
lá vai o muro.
Em cima, embaixo,
o gato imaturo.
E o telhado
é um chapéu
de papel
que a casa usa.
Mas tem o esteio.
"Stay here,
não me abandone",
me diz meu amor.
But is late,
and mature,
I'm still alone.
E amar?
Amar é linha que se dá,
é o céu no chão.
Eu _ fuão _
lacaio
de um Deus
que
num aboio
toca o mundo.
Olho de soslaio,
me alheio
desse balaio
e tritongulado
nesse meio
imundo:
peleio, peleio, peleio.
Que nada
afete
este meu pulsar.
Nada afetará.
E um xexéu
imitador
passa voando
e me assobia:
"nada afetará,
nada afetará..."
Malsofrida,
a lagarta
não quis o casulo.
Roubou
duas pétalas
da minha
poesia colorida
e voou
no amarelar do dia.
Se acaso for
me acolher,
me acolha
devagarinho,
sem mesmo
que eu saiba;
Sou flor
que viveu
nos abrolhos,
flor de saraiva,
não me amoldo
fácil a um carinho.