O olhar de cobra pousava nela cobrindo-a com suas asas gigantes. Embora esquivasse, mais retida se sentia na escuridão do lugar. Tentou um grito, não veio. Aquietou-se encolhida naquelas penas enormes, verdadeiras piedades. No vão da plumagem ela via árvores floridas balançadas, e folhas indefesas fustigadas pelo vento. Do liláceo das pequenas flores que caíam ela remontava lenta e cuidadosamente sua infância, sua mocidade, seu presente ganho. Seu movimento era, então, redemoinhado. Assim, muito espiralado, de fora para dentro do dentro.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
sábado, 23 de agosto de 2014
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