quarta-feira, 6 de abril de 2016

Intemporalidade amorosa

          

            Nunca soube temporalizar meus amores. Tudo é tão vivo.  É do meu passado? Esteve no meu futuro? Estará no meu presente? Para mim a rigidez do tempo transveste, falseia, armadura muito. E um tempo convencionado não cabe, não veste os amores que trago.
          Como um Michelangelo os amores que vivo são grandes obras inervadas, inacabadas. O verbo deles é sempre gerundial: passando, presenteando, futurando. Meus amores são assim, pecaminosamente, reticenciados. Todos.