Longe,
bem longe,
em uma
das casas
do passado dele,
morava
o sorriso dela.
Um sorriso
que o acordava
todos os dias
do sofá esfiapado
da sua vida
já sem teto.
E vivia ali,
desenho
arqueológico
no meio
de paredes
carcomidas,
solto em si,
aquele sorriso
de marfinar areias,
de transpor
mãos em concha
no rosto.
Sorriso calha,
canal onde
a minguante vida
ainda
lhe escorria.
Era um
sorriso turístico
que singrava
o norte sul
do seu corpo
envelhecido.