Na época
não disse "sim"
tampouco
disse "não".
Hoje,
sem do futuro
qualquer
certeza,
amarra
o passado
ao pé da mesa,
de medo
que ele saia
correndo
de dentro de si.
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(Christian Schloe)
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Há luas
que nascem,
luas
que enchem,
luas
que crescem.
E há
aquelas
animálias luas
que te
minguaram
em mim.
Gostava
de viver assim,
de louquidões
e "rock and roll".
Era uma
"rag doll"
nas cordas
da vida de metal.
Pediu licença
ao caminho,
se ajoelhou
à margem da estrada
e tomou fôlego
em papos-de-anjo.
Meio tonta,
desatou
o nó cego
da dor maciça
que arrastava
e voou
like angels,
passarinho içado,
por esse mundo de Deus.
Eu me outono
em torno,
Tu te outonas
em termos,
Ele se outona
em ternos,
Ela se outona
e inverna.
Nós OU to(R)namos OU não...
Num lugar
que não sei bem onde,
nem sei o nome,
no fundo do bolso
da camisa dele
Lá atrás,
lá onde a camisa some,
lá onde as pessoas
que ele ama vão morar,
vi um vaso solitário
com um amor-perfeito
na sala de estar.
Uma guinada
e tudo
volta a ser.
Uma reviravolta
e um "past"
se conjuga
no presente.
Tudo
pluga,
circunflexa,
gerundia.
O dia seguinte
circunflui amares,
despeja risos
em oceanos
que gargalham azuis.
No lusco-fusco,
heras
ganham os muros.
À noite
velas
debruçam ceras,
roupas
se entornam
no vinho;
noite afora
sedas
se derramam
de nós.
No grilhão
de uma
aliança,
até que
a morte
separe,
você,
acorrentado,
prometeu.
O fígado
exposto
para sempre.
Sua síndrome.
E esse
seu fogo
prometido
que não dorme
nem arde.
Sua entrega,
sua traição,
seu castigo.
Uma agonia
e eu,
no meio do jogo,
no meio do fogo.
Eu que nunca
me quis
tanto harpia
para gritar,
noite e dia,
agudos
no teu ouvido.
O pensamento
me conduzia
pela mão.
Íamos
os dois
sem cuidados
quando vi
a pedra
do caminho:
estradas
me arrastam
a torvelinhos,
estradas
me elevam
aos meus oásis.
De novo,
abstraí.
Rumamos,
pensamento e eu,
desatentos
sobre a cama.
Tão amolecados
e tão fora dos trilhos,
que foi o dia
em que mais
cambaleei em mim.
Pra ser
feliz
(vez em quando)
é preciso
(todo o tempo)
desabitar
nosso mundo
de perdão
inconfesso.
Tem que
virar
o coração
pelo avesso
todo dia
e espanar
a poeirinha
que fica
lá no fundo:
lá na casa
da poesia
da gente.
De toda
forma,
de qualquer
forma.
Nunca
se soube.
Talvez
AMOR(fo).
De longe
ela via
seu parceiro
a se
redemoinhar.
Toda tarde,
chão seco.
Na soleira
da porta,
sentado,
queixo duro
entre os joelhos
e mão pesada,
ele acariciava
os defeitos
que tinha.
Enresinava
pensares,
calejava
a casa inteira.
E por
muito tempo ainda
fiquei lá,
naquele coração
sério dele.
Dando
minhas piruetas,
plantando bananeira
e fazendo estrelinhas
lá dentro.