Estenda
tua dor
no varal
do arco-íris:
ela seca
pintalgada.
Foi assim
que colori
minha vida
desbotada,
da última vez
que sofri.
As nuvenzinhas
donzéis
e em flocos,
que povoam
o azul infindo,
são as mesmas
que passeiam
rindo
o céu aberto
da minha cabeça.
Agora sei
sobre essa
branquidão,
essa nitidez:
Esse arminho é paz.
A tarde rosa
se despetalava
por cima
dos muros
à nossa volta,
pêndula,
sem querer cair;
Conhece
de despedida, a tarde.
Vai embora
todos os dias
arrancada, subtraída.
Ali, doía nos muros,
na tarde despedaçada,
Doíamos, íamos.
O rio
que corria
dos teus olhos
já ensopava
minha aorta;
Entre meu ombro
e meu pescoço,
tua cava,
Eu, toda cava.