Em ciscos silábicos,
por cartas de amor ventadas,
meus dias se vão
por debaixo da porta,
Em cinzas de letras,
como livros na fogueira,
meu riso vira carvão:
ironiza o branco dos meus dentes;
Em restos de mesa,
minha falta de fome
espalha migalhas de inanição
na toalha de rosas desfolhadas
Em gotas borrifadas
os sentidos evaporam-me,
e em nuvens cinza solidão
sobro-me aqui, em partes.