Hoje, não.
Não sei-te.
Amanhã,
talvez,
quando o sol
supor-te.
Espelho,
espelho meu,
me espelha,
espelho d'eu.
Levanto-me tonta,
ensonada
de um amor insone
que não se deita,
que não dorme,
que não some.
E numa noite
mal dormida,
o sol acordou
os homens
que despertaram
todas as mulheres
que dormiam
dentro deles.
Aí, então,
o mundo foi luz.
E quando
nossos pés
criam asas,
pode ser
a mão do destino.
Sempre que
sigo caminho,
volta e meia
eu me cochicho:
não sou eu
a deixar
os meus passos;
muito mais,
meus passos
se vão de mim.
Escutei
o homem,
ouvi
sua chaga.
Escutei
o homem
e sua falta
de gaze.
Ouvi o choro
da criança
naquele pulmão,
Ouvi
o barulho intenso
quando
as rosas do tecido
caíram no chão,
Quando
a mãozinha miúda
da criança
largou
a seda rosada
E escorregou
da barra florida
da saia da mãe.
O ano novo
de pés limpos
traz sementinhas
nas mãos
e confiam-nas
aos nossos pés
sujos de terra.