sábado, 16 de fevereiro de 2019

Olhos vazios



A mulher
abre a janela,
não sente a rua.

Um passarinho
faz piruetas
no fio de ouro
daquele pescoço
quase sem aorta,

O moleque
empina
a cidade na pipa,
e faz cócegas
naqueles
olhos sem graça

E o dia
faz renda
no horizonte
e fura
a tela surreal
de seu tempo;

Mas enredada
no linde
de seu ontem,
nem os olhos
da mulher
atravessam a janela.




Nenhum comentário:

Postar um comentário