Na
loja de brinquedos a meninazinha indignada olha para a mãe e diz: _ Por que
tenho que escolher entre esta cor e aquela, entre este ou aquele brinquedo? A
mãe responde ainda sem saber por que o diz, sobre as vantagens de se poder
escolher. A mãe tenta mostrar a eterna investida das escolhas na vida das
pessoas e a inevitável assiduidade do escolher. “Isso é assim a vida toda”, diz
a mãe, à filha. Nem explica tanto, mas deixa subentendido que escolher é bom.
A menina cresce, mas não gosta quando surgem as alternativas. Quer voar para esquecê-las. Torna-se adolescente, se esbarra nas escolhas e enquanto pensa no bom de escolher, não escolhe a contento. Assim nunca se convence da escolha como coisa boa. Adulta escolhe viver como a mãe e vive escolhendo, por achar que escolher é necessário e bom. Segue entre o isto e o aquilo, todo tempo. A profissão, suas parcerias, seus partidos políticos, instrumentos musicais, os amigos, casas, músicas, flores, agulhas, chaves, cursos, maquiagens, livros, estilos e tudo o mais. A vida segue e a deixa cega de escolhas. Ela quer voar para esquecer...
Acontece que quando se pensa entender a vida, ela nos rasteira. Adulta, a meninazinha entende que realmente, uma grande parte da vida é por ela escolhida. Mas há outra, uma parte mais rígida, imposta pelo social e disposta nas crenças, na cultura, já embutida nas opções.
A menina cresce, mas não gosta quando surgem as alternativas. Quer voar para esquecê-las. Torna-se adolescente, se esbarra nas escolhas e enquanto pensa no bom de escolher, não escolhe a contento. Assim nunca se convence da escolha como coisa boa. Adulta escolhe viver como a mãe e vive escolhendo, por achar que escolher é necessário e bom. Segue entre o isto e o aquilo, todo tempo. A profissão, suas parcerias, seus partidos políticos, instrumentos musicais, os amigos, casas, músicas, flores, agulhas, chaves, cursos, maquiagens, livros, estilos e tudo o mais. A vida segue e a deixa cega de escolhas. Ela quer voar para esquecer...
Acontece que quando se pensa entender a vida, ela nos rasteira. Adulta, a meninazinha entende que realmente, uma grande parte da vida é por ela escolhida. Mas há outra, uma parte mais rígida, imposta pelo social e disposta nas crenças, na cultura, já embutida nas opções.
No
fim, inimaginável por ela é a quantidade de acontecimentos determinantes em sua
vida e independentes de suas escolhas. E eles, sim, voam intocáveis e
inatingíveis. Não são ou serão impostos, mas surgem, ou surgirão por encanto
numa espécie de magia do caminhar. São diversos e adversos os nomes
dados na intenção de se definir essa coisa que acontece e foge de nosso controle. Chamam de acaso, coincidência,
providência divina, fatalidade, sorte, azar, dita, desdita, destino, sina,
fado, futuro, e por aí vai. Ou, por aí se vai... nessa trilha afofada de
folhas, escolhe-se onde pisar sem nunca descobrir o que há embaixo do passo....
Segue-se pelo caminho sem saber o compasso. Toma-se um rumo novo sem entender o
motivo... Pode-se escolher o abraço, mas nunca se tem a alternativa de enxergar o coração que mora
atrás dele...
Adorei tua expressão, um mar de sensibilidade em cada frase.
ResponderExcluirParabéns, Lécia!
Ótima sexta para você!
Obrigada, Will! Tenha um dia bacana e um bom Carnaval! Visitarei você nas suas..."Entrelinhas"! Um abraço
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