sexta-feira, 27 de julho de 2018

Como vejo os pássaros que vejo




 No bem-te-vi, um advérbio, um pronome e um verbo que mentem juntos o tempo todo.
 O jõao-de-barro, um copiador. Um sujeito composto pela eterna indecisão humana: casa e asa.
 A rolinha, descrente, o fogo apagou.
 As jandaias verdes são árvores gritadas.
 No quero-quero a repetição e a insistência compulsiva, patológica. Há ali, o completo domínio do inconsciente.
 Os pombos, anacrônicos, vivem a monogamia inadequada ao pós-modernismo. Esse tempo de rir de tudo, de efemeridades, de ausência de valores e de sentido para a vida.




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