terça-feira, 26 de março de 2019

"Depois"


Quando tu ias,
meu tempo
se desorientava.

Noites
não dormiam
aflições,

Madrugadas
abriam bocas
quebrantadas,

Manhãs
acordavam
anuviadas,

E a tardinha
ia longe
para te ver
de perto.

Hoje
quando vais,
as noites
se deitam ninadas;

As madrugadas
ganham colo,
as manhãs
me chegam tintas,

E a tardinha
já nem precisa
se afastar
tanto de mim
para buscar-te.



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