sexta-feira, 8 de março de 2019

Os peixes do feminino



Há um sono mulher,
peixes dormidos no feminino, 

Mas que de olhos arregalados,
nadam semimortos
por glaciares Antártida;

Açaimados, nadam 
pela política da América;

Abstrusos, nadam
pelas minas de pedras 
e pelo animal África;

Que de olhos aguados
nadam pela Ásia,

que nas artes
e na moda Europa,
nadam desolados;

E na Oceania,
e onde mais se acham,

fogem de arpões,
quebram fronteiras,
se indispõem com demarques;

E embora sonados,
Sempiternamente, nadam.
Nadam lá dentro do feminino.

E ainda que nunca acordem
onde em sonhos estiveram: nadam.





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