domingo, 9 de julho de 2017

A voz rouca dos sonhos



    Foi então
   que ele me disse
   assim:  
   "Não tenho 
   sonhos partidos,
   porque 
   eles são educados
   por mim.
   Aos meus sonhos 
   ensino sequência:
   tudo começa,
   tem meio
   e tem um fim. 
   Não tenho 
   sonhos soltos,
   tampouco os aturo.
   Aos meus sonhos
   instruo prazo
   de permanência:
   há um passado,
   o presente 
   e um futuro." 
   Eu, azoada,
   sabe o que fiz?
   Levantei-me e saí.
   Achei enfadonho. 
   Afinal, 
   não sou mulher 
   para um homem 
   de amestrados sonhos.
   Ainda mais eu 
   que tenho acolá
   um pé de sonho revel 
   pra aguar. 
  

   
 




Nenhum comentário:

Postar um comentário