sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Santa morte



    Quando eu solto Barrabás,
    te desprendo, meu amor.
    Quando solto Barrabás
    é a ti que despenitencio.
 
    Que não te enganes:
    tu vieste à lança, às pontas.
    E pensar em nós foi sempre
    doer espinhos na testa.
 
    Quando solto Barrabás,
    não é para essa tristeza infinda
    de ver nos teus olhos a dor
    da libertação que aí se aninha.
 
    É mais, se não apenas;
    para tua festa e a minha
    de libertar-te desta vida.
 
    Da tua vida de apenado,
    da nossa vida de penas.
   






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