domingo, 3 de dezembro de 2017

A paciente "bluish green"



          Almada. Era almada quando fazia do corpo um poço verdejante de lodos luzentes. 'Exotic' miolo de uma agave. Glutinoso corpo, viscoso olhar. Imantava os rostos apagados das folhas da vida. Faiscava roupas brilhantes. Partes. Desprendia-se acesa de um verde-azulado, coisa de folha planando no ar. Pedaços. Trazia em si a pétala sedificada da papoula vermelha, duelo diário com o fio escuro da navalha. Talhos. Habitavam-na o universo afiado, a dor aguda, o sentido agudo das dracenas. Cicatrizes. Aqui, uns olhos presos seguram o teto. Ranhuras. Ali, a magia cerúlea do mar debruçada à borda dos olhos, o forro verde dólar sobre a mesa, naipe ouros, naipe copas. E no mundo casino de todo mapa, olhos salgados sobre a moral. Recortes. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário